Cem dias se passaram desde que
Lulinha Viana (PP) assumiu a Prefeitura de Cidade Ocidental, e uma coisa já
está clara: ele não governa mais à sombra de Fábio Correa. Se no início havia
dúvidas sobre o quanto o novo prefeito seguiria os passos do antecessor — a
quem foi próximo durante anos — hoje, o cenário é outro. Lulinha tem feito
questão de marcar posição, se afastar de antigos aliados e construir uma gestão
com identidade própria.
As exonerações silenciosas, porém,
simbólicas, de figuras ligadas à gestão passada, inclusive algumas citadas em
operações policiais, foram apenas o primeiro sinal. Em vez de ruídos públicos
ou discursos de ruptura, o novo prefeito optou por uma estratégia de
esvaziamento lento e firme da influência da velha guarda, substituindo nomes e
práticas de forma discreta, mas eficiente.
As mudanças em áreas estratégicas
reforçam essa virada. A nomeação de novos secretários com perfis técnicos e
independentes — como na Saúde e nas Políticas Públicas para Mulheres — indica
que Lulinha vem reconstruindo sua base de confiança longe dos acordos herdados
do governo anterior. Ele aposta em quadros com qualificação, mesmo que ainda
desconhecidos do público local, sinalizando uma prioridade clara: resultado
antes de reputação.
O gesto tem um peso político.
Afinal, Fábio Correa, que governou por dois mandatos, sempre teve controle
sobre os bastidores da política local. Mas agora, com o ex-prefeito tendo seu nome
envolvido em investigações, Lulinha parece determinado a traçar um novo
caminho, livre de amarras e tutelas.
Com essa postura, Lulinha não
apenas se descola de seu antecessor — ele abre espaço para que a população o
enxergue como um gestor autêntico, com projeto próprio e autonomia política. Resumindo:
Lulinha Viana quer demonstrar, de fato, que tem luz própria.