Por anos, Fábio Correa foi um dos
nomes mais influentes da política de Cidade Ocidental. Ocupando o cargo de
prefeito por dois mandatos consecutivos, ele exerceu uma gestão marcada por
centralização, protagonismo em eventos públicos e decisões polêmicas que
moldaram os rumos da cidade. Acostumado aos holofotes, ao poder de mando e ao
assédio constante de aliados e simpatizantes, Correa hoje vive uma realidade
drasticamente diferente: o mais completo isolamento político.
Desde o fim de seu segundo
mandato, Fábio Correa viu sua rede de aliados se desfazer como poeira ao vento.
Onde antes era figura requisitada em reuniões, eventos comunitários e encontros
partidários, hoje encontra portas fechadas e sorrisos disfarçados. O outrora
todo-poderoso gestor tornou-se um nome evitado até por antigos
correligionários.
O silêncio que o cerca ganhou
tons mais graves com a deflagração da maior operação policial já realizada em
Cidade Ocidental, na qual seu nome figura entre os principais alvos. A queda de
Fábio Correa representa mais do que o fim de um ciclo pessoal. Simboliza também
o desgaste de um modelo de poder concentrado, marcado por decisões autoritárias
e acordos obscuros. Hoje, nas ruas da cidade, o nome que antes era gritado em
palanques e figurava como um dos gestores mais bem avaliados quanto ao combate
a corrupção, ecoa apenas em manchetes policiais e nas conversas indignadas dos
moradores que se sentem traídos.
O futuro político de Fábio Correa
parece cada vez mais improvável. Cercado por suspeitas, abandonado por antigos
aliados e afastado da vida pública, o ex-prefeito enfrenta agora não apenas os
desdobramentos judiciais de sua gestão, mas também o julgamento impiedoso da
opinião popular. E, no tribunal popular, o veredito parece já ter sido dado.